segunda-feira, 1 de abril de 2013

Lollapalooza - 30 de março de 2013


Este sábado fui ao festival Lollapalooza. Em primeiro lugar, achei o festival extremamente bem organizado. Quanto a estrutura dele não tenho nenhum ponto negativo para comentar, então vamos pro que interessa mesmo, os shows (só os que eu vi, obviamente)!



Tomahawk. Depois do Faith no More é a banda do Mike Patton que eu mais gosto.  Eu vinha acompanhando o setlist de shows anteriores dos caras e me surpreendi muito positivamente com o que apresentaram no Lolla. Começaram com a ótima Mayday e misturaram de forma bastante coerente músicas dos dois primeiros álbuns com algumas (muito bem escolhidas) do mais recente. Mas para mim o momento alto da apresentação foi a Totem, única representante do maravilhoso álbum Anonymous, apresentada por Patton como "música de macumba".

Quem já viu o vocalista a frente de qualquer uma de suas bandas já sabe o que esperar. Apesar de mais contido em relação às suas maluquices quando está com sua banda mais famosa, o cara é um frontman sem paralelos. O restante do Tomahawk também não fica pra trás, afinal o grupo é praticamente um dream team do rock/metal alternativo com Duane Denison (Jesus Lizard) na guitarra, Trevor Dunn (Mr Bungle) no baixo e John Stainer (Helmet) na bateria.
Em relação a banda não tenho dúvidas que foi um showzaço, porém, com pouca gente que conhecia/gostava dos caras na platéia acabou não sendo tão empolgante. Fico na expectativa de ver um show só deles, com mais tempo e mais fãs enlouquecendo ao meu lado.

Alabama Shakes. Me surpreendeu o número de gente esperando ansiosamente em frente ao palco. E todo mundo conhecendo e cantando as músicas! Nem parecia que estávamos diante de um grupo formado recentemente e que possui apenas um cd na bagagem. Quem disse que downloads ilegais são apenas prejudiciais para as bandas, hein?
O show foi excelente. É impressionante o quanto canta a vocalista Britanny Howard! 
Torço muito para que o Alabama Shakes continue evoluindo.

Queens of the Stone Age. Vou a shows faz 19 anos. Já vi de Alanis Morrissete à Brujeria e posso afirmar que poucas bandas são tão legais em cima de um palco como o QotSA. É muito peso, muita energia. Para mim, foi não só o grande show da noite como também um dos grandes shows que já presenciei na vida.
A banda se calcou no seu disco mais famoso, Songs for the Deaf, mas deu tempo de tocarem algumas surpresas como a inédita (e ótima) My God is the sun e a lisérgica Better living through chemistry.
Além disso foi a primeira apresentação do grupo com seu novo baterista, John Theodore, que é um monstro. A técnica e a brutalidade com que ele espanca sua bateria são impressionantes.
Claro que cada um tem suas preferências e outras pessoas podem ter gostado mais de outro show, mas a plateia mais empolgada e o show mais comentado do dia foi com certeza o do QotSA. 

A Perfect Circle. A difícil tarefa de tocar depois do QotSA. Apesar de adorar a banda e estar ansioso para vê-los reconheço que demorei umas 3 músicas pra entrar no clima da apresentação. Foi como sair de um jogo de Hóquei no gelo e ir ver um balé. 
Entretanto, passada essa minha fase de adaptação o que presenciei foi show lindíssimo. O segundo cd da banda, o Thirteenth Step, é um dos meus prediletos dentre os lançados no século XXI e ver aquelas músicas ao vivo foi uma emoção muito grande. Claro que faltou uma ou outra que eu gostaria muito de ter visto, mas o setlist dos caras foi incrível e a execução das músicas idem.

The Black Keys. O guitarrista/vocalista Dan Auerbach e o baterista Patrick Carney mostraram boa presença de palco, muita simpatia e tinham um setlist matador em mãos. Mas alguma coisa não estava certa. Faltou um pouco de pegada ao show. 
Atribuo isso a dois motivos em especial. O primeiro foi o som. Como o headliner do dia pode ter o pior som? Desregulado e baixíssimo, só consegui ouvir alguma guitarra depois de umas 4 ou 5 músicas. O que eu mais ouvi durante a apresentação da banda foi o cara do meu lado contando pra uma amiga que tinham roubado o celular dele. Isso por si só já era motivo para estragar a minha experiência. 
O segundo motivo: talvez o The Black Keys não seja uma banda para tocar para multidões. Acompanho os caras faz alguns anos e até pouquíssimo tempo atrás eles eram uma banda que devia tocar em lugares para 1000 ou 2000 pessoas. Não estou tendo síndrome de underground aqui, acho ótimo que mais gente esteja conhecendo e apreciando o competentíssimo blues rock da dupla, era uma banda que estava faltando no mainstream, mas acredito que o tipo de som que eles fazem ficaria melhor num ambiente menor e mais intimista, com um público que conhecesse mais da história deles e não apenas Lonely Boy. 
Em resumo, o show foi bom, mas poderia ter sido melhor.

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